
Ramon Dino no Fantástico é a prova do crescimento e consolidação do esporte fisiculturismo no Brasil.
O atleta, que era pobre e não tinha como se alimentar da forma adequada para competir. Conseguiu resultados impressionantes comendo apenas arroz e ovo, sendo que a proteína era conseguida em forma de “fiado” em uma venda perto de casa.
Mesmo com ausência de recursos, conseguiu resultados que boa parte dos atletas que têm condições financeiras para preparação não conseguiram.
Ramon Dino nasceu para isso e trabalha de forma incansável para conquistar resultados como atleta, pai e chefe de família.
Ele é o atual campeão do Mr. Olympia na categoria Classic Physique, depois de 5 anos competindo na “Copa do Mundo” do fisiculturismo mundial.
O Ramon de hoje inspira e influencia o mercado
Com rendimentos mensais semelhantes aos de um craque do futebol, podemos dizer que Ramon Dino conquistou a glória e o maior nome brasileiro no fisiculturismo mundial, em menos de 10 anos de carreira.
Genética, disciplina, dedicação, apoio técnico e recursos provenientes de patrocinadores são essenciais hoje em dia non fisiculturismo para destaque em âmbito mundial. Diversos atletas tiveram acesso a recursos, se dedicaram, lutaram, mas nem todos passaram os perrengues que Ramon Dino passou na vida. Ainda assim ele venceu!
A prova de sua importância como atleta está na forma como foi recebido no aeroporto. Fãs gritavam seu nome, imprensa esperando ansiosa e toda a euforia que estamos acostumados a ver com jogadores de futebol.
Ramon é ídolo de adolescentes, adultos que se dedicam à prática da musculação, além de chamar a atenção de quem vive do clique, a IMPRENSA!.
No mundo que vivemos hoje, carente de ídolos, a imprensa não consegue se concentrar na glória. Não consegue dar espaço para o lado positivo dessa vitória brasileira, representada por Ramon Dino. A imprensa precisa insistir no negativo, pois chama mais atenção da audiência do que o troféu.
A imprensa não se contenta com a glória

No meio da entrevista, o repórter questiona o uso de anabolizantes e se teria como chegar onde ele chegou sem a utilização deles.
A impressão que me deu é que Ramon Dino já foi preparado para esta pergunta, respondendo com classe, consciência e objetividade. Disse que não era possível chegar naquele nível sem uso de esteroides anabolizantes. Disse ainda que se um praticante de musculação não deseja se tornar um atleta profissional, não deve utilizar.
Esta foi uma resposta honesta e consciente de um homem que se responsabiliza por seus atos, em tempos de crescimento vertiginoso do mercado fitness.
Logo após resposta objetiva e correta de Ramon Dino, entrou um corte na matéria para citar o Conselho Federal de Medicina. O foco mudou para a resolução que proíbe a prescrição de esteroides para fins estéticos de de performance.
Não era o momento de negatividade
Em boa parte dos esportes de alto rendimento há uso de esteroides para acelerar o processo de recuperação e melhorar o desempenho. Como no fisiculturismo o desempenho está na aparência física, assusta mais do que no ciclismo, no futebol, na natação (sim, há uso de esteroides por alguns atletas dessas modalidades).
Todos sabemos que os fisiculturistas profissionais tomam esteroides. Hoje em dia não é mais “tabu” falar sobre, pois a maturidade da população e nível de consciência é outro. Sabemos que faz mal, que pode prejudicar até mesmo após a interrupção da utilização. Entretanto, as perguntas sobre o uso desses recursos parecem ser destinadas apenas aos fisiculturistas.
Ramon na Globo mais vezes
Em novembro, o Programa Esporte Espetacular dedicará 2 episódios ao atleta. Mostrará sua rotina e preparação para o Olympia 2025, onde foi consagrado campeão mundial da Classic Physique.
Infelizmente, receio que em algum momento haverá criticas ao uso de esteroides. Vão mudar o foco da matéria deveria glorificar o atleta e a conquista brasileira.
Hoje o fisiculturismo cresce no Brasil, com influência direta de Ramon Dino e outros atletas como:
- Rafael Brandão
- Eduarda Bezerra
- Natália Coelho
- Isa Pereira Nunes
- Isa Pecini, além de outros nomes tão importantes para a modalidade no Brasil.
Esteroide faz mal?
Esta é uma pergunta retórica! Sabemos que não seria o ideal fazer uso deles. O momento aqui é de glorificar os atletas brasileiros que competem com grandes nomes lá de fora, atletas que têm acesso até mesmo mais facilitado aos bons recursos, mas que ainda assim fomos capazes de derrotar.
Esporte de alto rendimento tem esteroide sim. Tem no ciclismo, no MMA, no Boxe, no atletismo, na natação, em várias modalidades, gostando ou não.
O que muitos precisam saber:
Boa parte dos avanços científicos da medicina são provenientes de testes e técnicas desenvolvidas para recuperar atletas durante as temporadas.
Ramon Dino venceu, lutou de forma árdua, foi recebido como um rei no Brasil e é isso que importa.
Quer fazer matéria para falar mal do uso de esteroides, com depoimentos de médicos e resoluções do CFM? Façam, mas em outro momento. Não quando uma modalidade diferente do futebol e fórmula 1 está chamando mais atenção ou quando um novo ídolo está se consolidando.





